domingo, 5 de dezembro de 2010

Velha infância

Tempos das festinhas de aniversário de meus amigos, parquinhos de diversão com meus pais me embalando na balança, da minha casinha na árvore no fundo do quintal, do meu primeiro e incrível amor.
São lembranças, bons momentos, mas um sentimento que corróe tudo por dentro e principalmente seu coração, a maldita saudade.

É engraçado como o tempo realmente passa, os momentos acontecem, ficamos felizes ou tristes, mas depois é mera lembrança, e só.
Saudade dos meus animais que já estão em outro mundo, saudade das minhas bonecas, saudade da minha piscina inflável. É, são tantas coisas.
Esperei por quantos anos meus 15 chegarem, pois é, como se já não bastassem queria meus 18, e hoje gostaria de achar onde clicar pra voltar pros meus 6.

Meus primos envelhecem e meus irmãos crescem, todos casam, criam seus filhos e vivem uma vida a dois. E depois? só lembrança da nossa infância. 
Infância, palavra tão meiga e doce, mas que hoje já não tem muito sentido para uma nova geração, são criações diferentes, tempos e estados opostos.



'Aproveite bem, o máximo que puder, o poder e a beleza da juventude'.
Aposte em tudo, e assim como um passado lindo, crie seu futuro melhor ainda.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Ser gay, é algo normal.

- Amei ver as caras de surpresa quando a diferença venceu a mesmice, a rotina, o óbvio, o estruturado e aceito, isso eu gostei muito!
Eu não imaginava que o povo estivesse atento ao meu carisma, acho até que não sabia que tinha um carisma tão evidenciado...ausência de tipos e caras e boca. Meu pavio curto para com a hipocrisia.
Talvez eu já esteja acostumada a ser aceita pela frente e ouvir risinhos pelas costas.
Talvez esteja acostumada a ver pessoas se submetendo, aceitando ou buscando ignorar coisas que em estado consciente jamais permitiriam. Sei lá...
Sei que quando se é homossexual, o fato de ser aceito pela família, não elimina os obstáculos exteriores. Fotalece para a briga, mas não priva das quedas nem dos choros. Ser assumido é ter um vento (e que vento) no foco das pessoas que ao invés de enxergar a personalidade, insistem em comentar sobre a sexualidade. Como se isso fosse uma determinante...
No fundo, ser homossexual é saber-se exatamente igual sem nunca poder provar que se é igual, sem nunca poder degustar sincera e profundamente da igualdade.
As pessoas no fundo, não entendem que dor, tristeza e amor não têm sexo e, esse pequeno e determinante princípio da homofobia está presente ainda que em forma de semente em muitos daqueles simpatizantes e compreensivos.
Com certeza gays gostariam de ser outra coisa só pra não se sentir a mosca no leite da sociedade. A mancha na lapela dos pais. O batom na cueca da família inteira. Como aquela coisa que não tem nada demais, mas demanda sempre algum nível de explicação... É muito chato, ser normal e sentir-se motivo de preocupações daqueles dos entes amados que amam e que amamos. Melhor deixar pra lá, ir em frente e a saída é a alegria. Será por isso homossexualidade ganhou o carinhoso apelido de "gay"? Adiante!